Aplicar o dinheiro, fazer poupança, se preocupar com a aposentadoria são coisas que dificilmente passam pela cabeça de um jovem. Segundo o economista Candido Ferreira da Silva Filho, professor da Faculdade de Economia da PUCC há 16 anos, o fato deles não pensarem nesse tipo de coisa não é responsabilidade dos pais, que não orientam, mas sim uma questão cultural do nosso país, onde com todo o histórico de crise econômica que temos, as pessoas começam a pensar nesse tipo de coisa com 40 anos ou mais, quando já constituíram família. “Nos EUA, por exemplo, onde a cultura é diferente, os jovens reservam uma parte de seu salário para esses tipos de investimentos, pois lá eles possuem uma economia com menos instabilidade e inflação” garante Silva.
O economista afirma ainda que a grande maioria dos jovens ganha pouco e muitas vezes têm que ajudar em casa, o que acaba impossibilitando-os de fazerem uma faculdade, por exemplo. E aqueles que conseguem chegar ao ensino superior, quase sempre trabalham o dia todo para estudar a noite, o que faz com que não aproveitem ao máximo a faculdade, já que estão cansados e sem tempo para estudar: “Apenas 1% dos jovens estão no topo da pirâmide social” conclui Silva.
“A questão do não “poupar” o dinheiro, se deve ao fato dos jovens quererem aproveitar o dinheiro em curto prazo, eles não sacrificam esse curto prazo pelos benefícios do longo prazo”, observa o economista.
Thaisa Tasca Franco