sábado, outubro 27, 2007

Investir o salário é uma tarefa difícil para os jovens

Controlar os gastos e administrar o salário é um grande problema para os jovens. É claro que muitas vezes o salário é muito baixo, mas mesmo aqueles que ganham um pouco mais e que têm uma ajudinha dos pais com as despesas não conseguem administrar suas contas com muita eficiência.

Aplicar o dinheiro, fazer poupança, se preocupar com a aposentadoria são coisas que dificilmente passam pela cabeça de um jovem. Segundo o economista Candido Ferreira da Silva Filho, professor da Faculdade de Economia da PUCC há 16 anos, o fato deles não pensarem nesse tipo de coisa não é responsabilidade dos pais, que não orientam, mas sim uma questão cultural do nosso país, onde com todo o histórico de crise econômica que temos, as pessoas começam a pensar nesse tipo de coisa com 40 anos ou mais, quando já constituíram família. “Nos EUA, por exemplo, onde a cultura é diferente, os jovens reservam uma parte de seu salário para esses tipos de investimentos, pois lá eles possuem uma economia com menos instabilidade e inflação” garante Silva.

O economista afirma ainda que a grande maioria dos jovens ganha pouco e muitas vezes têm que ajudar em casa, o que acaba impossibilitando-os de fazerem uma faculdade, por exemplo. E aqueles que conseguem chegar ao ensino superior, quase sempre trabalham o dia todo para estudar a noite, o que faz com que não aproveitem ao máximo a faculdade, já que estão cansados e sem tempo para estudar: “Apenas 1% dos jovens estão no topo da pirâmide social” conclui Silva.

A estudante Paola Mekssiner é um exemplo de jovem que trabalha para conseguir pagar suas necessidades básicas. Ela ganha um salário mínimo e uma pensão de Duzentos Reais do pai por mês. Com esse dinheiro paga a faculdade e a condução para ir até a Universidade: “É muito pouco o que eu ganho, a minha vontade sempre foi fazer faculdade de Medicina Veterinária, mas como é muito cara, eu faço faculdade de Física, para poder ter um emprego melhor depois de formada e aí sim ter condições de fazer o curso que eu realmente quero”. Para completar sua renda, a estudante vende trufas na Faculdade e lingerie.

Mas mesmo aquela pequena porcentagem dos jovens que ganha relativamente bem e conta com a ajuda dos pais pra pagar as necessidades básicas, não consegue fazer o dinheiro sobrar no fim do mês, eles preferem gastar com lazer, por exemplo, alem de transporte e alimentação.

“A questão do não “poupar” o dinheiro, se deve ao fato dos jovens quererem aproveitar o dinheiro em curto prazo, eles não sacrificam esse curto prazo pelos benefícios do longo prazo”, observa o economista.

Essa situação é vista, por exemplo, na estudante Fernanda de Oliveira, que faz o curso de Engenharia Ambiental. Ela, uma exceção com certeza de jovem, ganha Mil e Duzentos Reais por mês, paga Seiscentos Reais de faculdade (o seu pai completa o que falta) e o restante do salário gasta com roupas, transporte, lazer e sempre está no vermelho no final do mês. Porem, ela, de certa forma, faz um investimento com seu salário: a estudante comprou um carro, com o pai e a irmã, e paga portanto Cento e Cinqüenta Reais da parcela por mês.
Saber investir o que ganha realmente é uma tarefa difícil para todos e principalmente para os jovens, que entraram recentemente no mercado de trabalho, experimentam há pouco tempo o gosto de ter seu próprio dinheiro, e muitas vezes nem ficam com esse dinheiro, ajudam em casa para garantir a sobrevivência da família.


Thaisa Tasca Franco

terça-feira, outubro 23, 2007

Simuladores virtuais são ótimas opções para aprender a investir na bolsa

Treinar antes de entrar no mercado “para valer” é uma boa dica para quem está começando




Uma ação para ser bem sucedida exige prática e um pouco de treino antes de “entrar para valer” no mercado de ações é uma boa opção para quem está começando. Ferramentas simuladoras do sistema home-broker – instrumento que permite a negociação de ações via Internet onde o usuário envia ordens de compra e venda de ações através do site de sua corretora – são oferecidas por alguns sites de graça. Um dos mais acessados é o Em Ação, da Folha de São Paulo. O cadastro é rápido e ao efetuá-lo o usuário recebe uma caderneta com R$100 mil para aplicar aonde quiser, claro que “de mentira”.

O estudante de engenharia da computação Diogo Brasilino, de 23 anos, pretende começar a investir na bolsa, mas como não fazia idéia de como funcionava esse mercado, resolveu se cadastrar em um site simulador. "Estou aprendendo a operar na prática sem gastar nada. É uma ótima opção para quem está começando", aconselha ele. A desvalorização da caderneta de poupança – que hoje varia entre cerca de 1% ao mês –, e a popularização do home-broker tem atraído cada vez mais pequenos e médios investidores para o mercado de ações.

Esses investidores vêem na bolsa uma boa oportunidade para alcançar a tão sonhada independência financeira ou simplesmente para valorizar suas economias. A Balança Anual da Bovespa de 2006 registrou um volume inédito desde sua criação em 1890: um quarto do volume financeiro negociado na Bolsa de São Paulo saiu da carteira de pequenos e médios investidores. Porém entrar no mercado de ações requer um pouco de aprendizado.


O Dr. Alexandre Elder, operador profissional e um dos maiores especialistas do mundo no assunto afirma em seu livro “Aprenda a Operar no Mercado de Ações” que “para ser bem-sucedido nas operações de mercado, é preciso de vários traços inatos, sem os quais nem vale a pena começar. Aí se incluem disciplina, tolerância ao risco e facilidade com números”. O mercado exige muita atenção e dedicação, pois qualquer transação mal planejada pode causar um grande prejuízo no bolso do operante. Como aconselha o superintendente da Bovespa, Ricardo Nogueira, "o primeiro passo para entrar no mercado acionário é abandonar a ilusão de que ele não proporciona lucro sem riscos".

Outros sites que oferecem esses serviços são: http://www.bussoladoinvestidor.com.br/ e http://www.investidorvirtual.com.br/.

Luciano Abruzez

segunda-feira, outubro 22, 2007

A onda do momento

Jovens investem na Bolsa de Valores


Eles são jovens, curtem a noite, estudam, namoram, navegam na internet, estão entrando no mercado de trabalho, no entanto possuem uma diferença: o interesse pelo mundo das finanças.

Dados retirados em julho, deste ano, da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) indicam que mais de 54 mil jovens entre 11 e 20 anos investem em ações (ver tabela abaixo). Esse número pode parecer pequeno para um país com cerca de 190 milhões de pessoas, porém é a segunda maior parcela de investidores da bolsa. Fonte: Bovespa

Ainda de acordo com a Bovespa, a faixa etária de 21 a 30 anos corresponde a 7,63% do total de pessoas físicas que investem.

O Gerente Financeiro e Professor de Finanças, Wilson Antonio Franco Costa alega que é uma boa notícia o investimento dos jovens, pois isso demonstra que essa geração se preocupa em ter um futuro financeiro melhor, mas há também que se investir mais em uma educação financeira, para esse público não se perder.

O estudante de Analise de Sistemas Rafael Carota (dir.), 22 anos diz que desejava um investimento diferente da tradicional “poupança” e que gerasse lucros. “Invisto cerca de R$1500,00 por mês, tenho um lucro de 2% a 3%. Assim vou ganhando mais responsabilidade para conquistar minha independência financeira”, afirma Carota.

O Professor Costa diz que muitos jovens investem de forma irresponsável, pois são levados pela emoção e pelo imediatismo. Ele recomenda que se tenha paciência, uma analise do mercado deve ser feita antes de investir. “O importante é ter consciência dos riscos de um investimento, antes de entrar nele e já ter uma solução pré determinada, se algo der errado.”, diz Costa.

Pedro Maciel, 25 anos, engenheiro de softwares, vendeu seu carro, pegou R$12 mil, deste dinheiro e investiu na Bolsa em ações da Varig, que em um único dia chegou a 75%, assim ele conseguiu de um dia para o outro R$ 6 mil de lucro.

Já Leonardo Campos, 23 anos, operador de redes, perdeu R$10 mil investindo no mercado de soja. “Investi sem analisar muito, só porque achei que daria certo, queria dinheiro rápido, e acabou que houve a desvalorização, a queda e eu sai com um arrombo em minhas finanças, tendo até que pedir dinheiro emprestado para amigos.”

A Internet é a entrada dos jovens no mercado financeiro, sites de relacionamentos como o Orkut possuem cerca de 200 comunidades financeiras, grupos de discussões e salas de debates. A maior delas se chama “Jovens Investidores”, possui cerca de 35 mil participantes.

A própria Bovespa também criou um home broker, para expandir o acesso a Bolsa, permitindo assim investimentos de pessoas físicas pela internet.

Eloisa Soares

terça-feira, outubro 16, 2007

É tempo de começar a investir

Investimento no presente para garantia no futuro! Este é o lema de quem investe na previdência privada!

A preocupação com o futuro faz parte da vida de todo jovem. Com a instabilidade da economia brasileira fica cada vez mais arriscado depender do governo quando o assunto é aposentadoria, afinal, o conjunto de políticas sociais que compõe o INSS já não apresenta solidez e segurança.


É pensando em garantir o futuro que algumas pessoas passam a investir em previdência privada, oferecida por bancos e seguradoras. Este tipo de investimento se resume a um sistema de acúmulo de capital que garante uma renda mensal futura e principalmente ao término da carreira profissional.


O programa de investimento privado existe há quase seis anos no Brasil e, atualmente, o mais comum, segundo a funcionária do Banco Bradesco, Neide Alcântara, são os pais investirem para garantir o futuro dos filhos. “Os pais, normalmente, começam a aplicar o dinheiro quando o filho ainda é criança, para que no futuro ele possa ingressar em uma universidade particular, montar seu próprio negócio e principalmente ajudar na aposentadoria”.

Neide alerta que o melhor é investir em uma caderneta de poupança se a intenção for poupar um dinheiro em curto prazo, pois para se obter vantagem com a previdência privada é necessário anos de investimento.


As diferenças entre a previdência privada e a poupança são basicamente: as taxas de rendimento, 0,8% ao mês para a previdência contra 0,6% para a poupança, sendo que o valor aplicado em poupança pode ser resgatado a qualquer momento (sob pagamento da CPMF), diferentemente da previdência privada, que só poderá ser reavido após alguns anos.



Para esclarecer o funcionamento da previdência privada, a tabela abaixo mostra o rendimento total na aposentadoria na 1ª e na 2ª fase de investimento. De acordo com a funcionária do Bradesco, responsável pelo setor de previdência privada, o valor que se deve investir varia de acordo com objetivo de cada um.
Confira Tabela:

Para Thiago Martos (dir.), que investe no programa, a previdência privada é um recurso que garantirá seu futuro. “Não sei como estará o mercado de trabalho quando eu me formar e muito menos como será o plano de previdência do governo quando estiver me aposentando, por isso, ao aplicar meu dinheiro em previdência privada estou fazendo um seguro para a posteridade”.




O aposentado Oderson dos Santos (esq.), 70, mesmo estando há 17 anos aposentado, ainda atua na área em que se formou, é técnico de áudio, e afirma que apenas com o dinheiro que recebe do governo não teria condições de ajudar financeiramente os filhos e desfrutar a vida. “Meu conceito de aposentadoria não é fim de carreira e sim um prêmio pelos anos trabalhados. Estou trabalhando porque não vivo sem minha profissão e sem ela também não conseguiria ajudar minha família”.


Crisla Ikeda

segunda-feira, outubro 08, 2007

Poupança: O futuro programado

Jovens poupam parte de sua renda em busca de sonhos


Com o intuito de formar um patrimônio, investir nos estudos ou até quem sabe casar, jovens abrem mão do consumo imediato ao poupar parte de sua mesada e/ou salário e aplicar na Caderneta de Poupança. Traçando metas e objetivos é possível fazer um bom planejamento em busca de realizações futuras.

Poliana Rodrigues (foto acima), estudante de Jornalismo, 20 anos, aderiu a este investimento: “Abri a poupança para investir no meu futuro, pensando nos meus estudos e também no meu casamento”.

Muitas vezes aplicação é feita pelos próprios pais quando o filho ainda é criança, assim, no futuro o jovem agrega sua renda a esta poupança já existente. “Meus pais abriram a poupança para mim quando eu era pequena. Acho importante pensarmos no nosso futuro, não sabemos o dia de amanhã e a poupança acaba sendo uma segurança para uma possível dificuldade financeira”, diz Daniele Palazzo (dir.), estudante de Farmácia, 22 anos.

O especialista em educação financeira Álvaro Modernell (esq.) dá a dica: “Muitos jovens na faixa etária dos estudantes universitários ainda tem a sorte de morar com os pais. Isso representa uma importante oportunidade para formar um pé-de-meia. Pessoas nessa situação devem poupar pelo menos 30% da renda, seja ela mesada, salário ou outras fontes. Pessoas que já tem seus próprios compromissos com moradia, alimentação, família, etc, dificilmente conseguiram um parâmetro de economia tão elevado. Devem se programar para poupar pelo menos 10%. A faixa dos 10% a 20% é a mais comum e a mais viável”.

Ainda de acordo com Modernell é essencial que os jovens comecem cedo a pensar na formação de um patrimônio composto por investimentos que gerem as desejadas rendas passivas. Isso vai, entre outras coisas, proporcionar melhor qualidade de vida no futuro, pois será preciso menos esforço e menos tempo empregado para obter rendimentos suficientes para manter o padrão de vida desejado.

“Possuo um projeto de vida: independência financeira e investimentos no meu profissional”, exalta Vanessa Pierini (dir.), Fisioterapeuta, 24 anos, que desde de que conseguiu seu primeiro emprego com salário fixo investe no seu futuro.

Dentro deste contexto é necessário que haja um equilíbrio, para que a economia não se torne um hábito de avareza e sim uma forma de investir parte da renda para o futuro, alertou Álvaro Modernell. Segundo ele, é importante ter uma vida mais confortável, mas os jovens não podem esquecer do presente e dos prazeres que vão motivar a busca dessa renda.

Bruna Tavares