terça-feira, novembro 27, 2007

Construção civil gera queda na taxa de desemprego

O mês de Setembro registrou a menor taxa de desemprego do ano de 2007, ficando na casa dos 9,0%. Segundo a pesquisa mensal de emprego do IBGE o desemprego caiu de 9,5% para 9,0% da população ativa. No ano passado, nesse mesmo período, a taxa registrada era de 10%.

A explicação para esse fato é, para Gilson Schwartz (esq.) - doutor em economia e assessor da presidência do BNDES – o ramo de construção civil. Segundo o economista, vivemos hoje um processo de expansão do crédito ao consumo, que nos últimos doze meses, entrou com força no segmento do crédito imobiliário. “No Brasil, com reservas internacionais em nível recorde e juros caindo gradualmente, aumentou o consumo e a construção civil abre espaço para mais contratações” conclui Schwartz. Ele faz ainda uma comparação com os Estados Unidos e diz que este vive uma crise financeira grave devido justamente a esta explosão do crédito imobiliário.

Essa mesma opinião é compartilhada por João Carlos Cruz, economista e administrador de empresa há quase 30 anos. Ele atenta ainda para o fato de que esse aquecimento econômico acontece principalmente na região Sudeste do país.

Mas tudo isso não significa que o mercado de trabalho para o jovem está mais acessível. Pelo contrario, os setores empregadores de ponta exigem e valorizam agora, além de experiência, o conhecimento. Portanto, ter diploma de uma escola X já não faz diferença, pois quem está na frente fez MBA ou tem mestrado, cursos de especialização e, portanto, tempo investido em ganhar conhecimento, é o que diz Schwartz.

Porém, para o jovem que deseja obter sucesso no mercado de trabalho, Schwartz recomenda a criação do próprio emprego, que segundo ele ganha espaço e também linhas de financiamento: “Gente jovem, empreendedora e inovadora, pode encontrar parcerias nas universidades e, assim, criar oportunidades para ganhar experiência, conhecimento e dinheiro, tudo ao mesmo tempo. É o modelo que os especialistas denominam 'hélice tripla', por meio do qual hoje se criam empregos, renda e riqueza”.

Já Cruz acredita que o estágio é uma ferramenta indispensável de intermediação entre o aluno e a empresa e diz que temos exemplos hoje de altos executivos que iniciaram a carreira como estagiários.

O incentivo do governo também é importante para inserir o jovem no mercado de trabalho. A cidade de Campinas, por exemplo, possui várias empresas de Tecnologia da Informação (TI) e ao mesmo tempo muitos jovens desempregados que não possuem qualificação para trabalhar na área. “Há uma necessidade urgente de programas de treinamento a serem incentivados pelo governo, e pela própria iniciativa privada a custos menores ou ao menos mais acessíveis”, afirma Cruz.

Schwartz diz ainda que o setor de TI, se apostar em processos de inclusão e emancipação digital, pode contribuir para gerar saltos de desenvolvimento pessoal e coletivo. Ele acredita que os setores dependentes de alta tecnologia (telecomunicações, serviços) exigem cada vez mais pessoas com perfil qualificado e o Brasil, por ser carente nessa área, apresenta muitas oportunidades nesse ramo.

Thaisa Tasca Franco

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